AVISO
Imagem do Dia
Formação de estrelas na galáxia NGC4214
Ditos
"O meu primeiro preceito foi nunca aceitar as coisas como verdadeiras até eu as reconhecer como tal sem sombra de dúvida."- René Descartes
Sobre o Hiperespaço
2005-12-08
O hiperespaço é uma velha ferramenta da literatura de
ficção científica usada assiduamente pelos
argumentistas cinematográficos. Desde que Albert Einstein
introduziu o tempo como quarta dimensão, em igualdade de
condições com as três espaciais, na
imaginação popular ficou gravada a hipótese de uma
quinta dimensão que desse a possibilidade de viajar a
velocidades maiores do que a da luz. Essa dimensão
associa-se com o hiperespaço, um meio que permite encurtar
caminhos entre dois pontos afastados no espaço real.
Han Solo ilustra explicitamente os perigos da viagem no hiperespaço a Luke Skywalker em "A Guerra das Estrelas" ("Star Wars", 1977)
Luke: Porque é que não escapas deles? Disseste que esta coisa era rápida?
Han: Cuidado com essa boca, rapaz, ou vais encontrar-te a flutuar em direcção a tua casa. Aliás, também conheço algumas manobras. Vamos perdê-los. Aqui é onde começa a diversão.
Ben: Quanto tempo falta para saltar no hiperespaço?
Han: Demorará alguns momentos a pôr as coordenadas no computador.
Luke: Estás a brincar?
Han: Viajar através do hiperespaço não é a mesma coisa que trabalhar numa quinta, rapaz.
Esta conversa é um sumário da ciência usada para poder explicar a viagem pelo espaço. Na cena supõe-se que o Han Solo está a acelerar para superar a velocidade da luz e entrar no hiperespaço vencendo simultaneamente o efeito do acréscimo de massa da sua nave quando se aproxima da velocidade da luz, e o aumento do peso devido à forte aceleração a que estava. Estas são as vantagens que tem o cinema sobre a física...
Olhemos de caminho que Han faz notar um ponto muito interessante. Suponhamos que podemos transladar-nos dum lugar a outro instantaneamente. O problema é que não temos informação donde vamos aparecer. Se a informação que recebemos sobre o Universo vem da luz (quando vemos) e a luz viaja com uma velocidade limitada, então o que vemos é o que aconteceu há um certo tempo, que depende da distância ao lugar. Só se existisse um método de transmitir informação a maior velocidade do que a da luz (melhor se for instantaneamente) seria possível navegar pela galáxia com segurança. Se, por exemplo, pretendêssemos viajar instantaneamente até à Lua, só teríamos informação sobre a posição da Lua há um segundo atrás. Se nesse mesmo instante aparecesse um asteróide pelo meio, teríamos uma surpresa muito desagradável... e nenhum argumentista de filmes nos poderia salvar!
Tradução de Cristina Zurita.
Héctor Castañeda é astrónomo no Instituto de Astrofísica de Canarias e mantém um site internet com informação em castelhano em http://www.iac.es/galeria/hcastane
Han Solo ilustra explicitamente os perigos da viagem no hiperespaço a Luke Skywalker em "A Guerra das Estrelas" ("Star Wars", 1977)
Luke: Porque é que não escapas deles? Disseste que esta coisa era rápida?
Han: Cuidado com essa boca, rapaz, ou vais encontrar-te a flutuar em direcção a tua casa. Aliás, também conheço algumas manobras. Vamos perdê-los. Aqui é onde começa a diversão.
Ben: Quanto tempo falta para saltar no hiperespaço?
Han: Demorará alguns momentos a pôr as coordenadas no computador.
Luke: Estás a brincar?
Han: Viajar através do hiperespaço não é a mesma coisa que trabalhar numa quinta, rapaz.
Esta conversa é um sumário da ciência usada para poder explicar a viagem pelo espaço. Na cena supõe-se que o Han Solo está a acelerar para superar a velocidade da luz e entrar no hiperespaço vencendo simultaneamente o efeito do acréscimo de massa da sua nave quando se aproxima da velocidade da luz, e o aumento do peso devido à forte aceleração a que estava. Estas são as vantagens que tem o cinema sobre a física...
Olhemos de caminho que Han faz notar um ponto muito interessante. Suponhamos que podemos transladar-nos dum lugar a outro instantaneamente. O problema é que não temos informação donde vamos aparecer. Se a informação que recebemos sobre o Universo vem da luz (quando vemos) e a luz viaja com uma velocidade limitada, então o que vemos é o que aconteceu há um certo tempo, que depende da distância ao lugar. Só se existisse um método de transmitir informação a maior velocidade do que a da luz (melhor se for instantaneamente) seria possível navegar pela galáxia com segurança. Se, por exemplo, pretendêssemos viajar instantaneamente até à Lua, só teríamos informação sobre a posição da Lua há um segundo atrás. Se nesse mesmo instante aparecesse um asteróide pelo meio, teríamos uma surpresa muito desagradável... e nenhum argumentista de filmes nos poderia salvar!
Tradução de Cristina Zurita.
Héctor Castañeda é astrónomo no Instituto de Astrofísica de Canarias e mantém um site internet com informação em castelhano em http://www.iac.es/galeria/hcastane